Não sei ao certo de onde vem este termo de Limbo mas sei que há uma actividade muito divertida nas ilhas dos havais e tahitis que consiste em passar por baixo de um pau sem dobrar as costas... ou os joelhos... ou alguma coisa... Mas eu estou a usá-lo porque me sinto no meio-termo de algo... Estou ainda a aclimatizar-me à ideia de ter uma casa nova, só para nós. Na verdade, este fim-de-semana foi incrivelmente preenchido e variado... Vou tentar fazer um resumo cronológico.
Na Sexta-feira de tarde saí do trabalho mais cedo para ir acompanhar a instalação da mobília de quarto e casa-de-banho. Finalmente ficamos com puxadores na cozinha... Nessa mesma noite ainda tivémos uma festa de aniversário, do sobrinho da minha gaija. Como foi a de 3 anos, foi uma tremenda agitação com prendas e miúdos por todos os lados. É uma vida a ganhar forma!
No Sábado acordamos pela última vez na casa dos meus pais e, quando já nos preparávamos para sair e começar a fazer algo pela nossa casa nova, somos confrontados com a notícia que um dos nossos cães tinha morrido. Já andava adoentado e esta manhã foi a vez dele de dar as últimas. Era um dálmata razoavelmente grande e, para não deixarmos a minha mãe a lidar com os problemas emocionais e a cova para o enterrar ao mesmo tempo, ajudamo-la nessa manhã. Foi uma vida a acabar...
Lá fomos para os trabalhos de transporte, limpeza e arrumação... Recebemos os electrodomésticos e passamos a tarde a montá-los e a limpar tudo o que era possível. Recebi a visita de dois marmelos do grupo que animo e foi agradável sentir que eles também andam por perto dispostos a ajudar como ajudaram. Pelo meio ainda deu para ir à fábrica onde o meu sogro trabalha carregar um saco de batatas para a casa dele. Ainda jantamos com os meus pais nessa noite e depois transportamos toda a nossa roupa. Deitamo-nos tarde depois de arrumar muita coisa e tomar um banho rápido DE BANHEIRA!!!
Senti-me esquisito nessa noite, a sair assim da casa dos meus pais. Já tinha saído muitas vezes mas nunca para a MINHA casa... Não acreditava que tudo aquilo estava a acontecer... era tudo quase irreal... Estava como estive perto do casamento: com medo que tudo aquilo acabasse de um momento para o outro, à espera de alguma desgraça que viesse dar cabo daquilo tudo... Mas ela não veio, felizmente, e dou graças a Deus por isso. Tudo correu bem e fomos estrear a nossa cama nova (que é tão pequena que ainda cabem lá mais 2... os nossos filhos vão adorar as noites de trovoada).
Nessa noite lembrei-me da quantidade de gente que apostou no EuroMilhões (até eu apostaria se tivesse tido a oportunidade) e que iria rejubilar de felicidade se ganhasse. Eu senti que não queria o EuroMilhões para nada: apenas quero o que tenho. Estou feliz. Sou feliz assim. Só quero continuar assim...
Ontem foi o dia do meu aniversário. Dormimos bem, depois da estafa do Sábado. Saímos para tratar da doçaria da noite e da prenda que a minha gaija me deu (um relógio todo catita). Fomos comprar toda a nossa mercearia e almoçámos pizza pela primeira vez na nossa sala, às 3 da tarde! Soube bem! E tenho fotos!
O resto da tarde foi para encher a cozinha de louça, panelas, talheres, electrodomésticos, toalhas, panos, comida... Enchemos o contentor do lixo da rua nessa tarde também... e não tenho fotos!
Jantámos com os meus pais e irmã na casa deles. Já estava cansado. A sobremesa é que já foi na nossa casa nova com a minha família e a da Sílvia. Foi óptimo ver a casa cheia de gente. Só faltaram os fósforos para acender as velas! Lá me cantaram os parabéns às escuras... Foi original!
E hoje, já acordamos para ir trabalhar (atrasados) mas na nossa casa nova, na nossa rotina nova!
É uma vida nova a começar!